30 janeiro 2014
Eterna Despedida (Minha Viúva)
Ao sentir pela última vez o toque dos seus lábios senti um amargo aroma de rosas e fui abraçado pela solitária ganancia da morte.
O toque de nossos lábios já não era mais a mesma coisa, não houve sentimentos bons. Apenas o gélido vazio fúnebre do meu corpo que transbordava por minha boca e a envolvia, fazendo-a sentir os mais estranhos e escassos sentimentos.
Envolta por alucinantes sensações de desespero e despedida, ela estremecia. Arrepiava-se da cabeça aos pés. Já não era mais sentimentos, o que ela demonstrava ia além, nem mesmo minha viúva sabia descreve-los.
O que ela sentia era uma anomalia de dilacerantes sensações. Um desespero em forma de paixão. Ela sabia que era a última vez que tocaria os lábios meus e eu os seus.
Nós sabíamos, mesmo eu mortalmente adormecido, que era chegada a hora da nossa eterna despedida.
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